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sexta-feira, 8 de julho de 2016

De Chão Batido Minha casa, aonde nasci, era de chão batido, Eu, 4 irmãs e 3 irmãos éramos felizes diante de várias carências, Lagoa Vermelha, cidade fria no inverno quente no verão, Éramos felizes e mal sabíamos vários quilômetros a pé até a escola, Íamos de pé descalço para não sujar a alpargatas... Sim, quando chegamos perto da escola colocávamos a alpargatas... Hora do recreio era um drama, vendo as coleguinhas com lanches... Sim, sempre esperando uma alma bondosa para ganhar um pedaço... Chegamos em casa cansados e com fome, pouco o que comer, a pobreza sempre rondando... Paizinho orgulhoso e com sérios problemas com a cachaça o pouco que tinha foi vendido... Casa de chão batido, frio que vinha de todos lados, mas tinha o calor dos irmãos... A pobreza nem doía tanto, mas a fome corria me por dentro... O empenho de minha mãezinha braba sempre, mas nunca abandonou a criadagem Lagoa Vermelha, Vacaria, até chegar aonde resido Caxias do Sul, a família se separou Cada qual para seu canto, nunca mais se reunimos para lembrar da triste vivência Diante das sofrências do passado me lembro com saudades dos meus irmãos queridos Cada qual com seus valores, todos guerreiros e trabalhadores Minha mãezinha, com 90 anos no lombo continua com alma de 30 anos cheia de energia Parabéns mãezinha, do chão batido do passado nunca abandonastes ninguém estamos Todos bem de vida, salvo alguns erros, mas todos vivos... Neuza Rodrigues Ferreira

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